TV inteligente substitui o datashow e pode transformar a aprendizagem

por André Candreva publicado 26/03/2018 19h57, última modificação 26/03/2018 19h57

Fonte: Jornal Estado de Minas

 

Esqueça giz, lousa e projetor. A sala de aula do futuro, mais do presente que nunca, contém recursos tecnológicos que transformam a aprendizagem em um processo dinâmico, colaborativo e interativo. Os dispositivos, que começam a integrar o ambiente escolar, permitem que o professor tenha recursos para enriquecer o conteúdo, enquanto o aluno pode participar mais ativamente das aulas.

 

O equipamento usado pela Universidade Estácio de Sá é uma TV inteligente, que substitui o ultrapassado datashow, sem ter o custo alto da lousa digital. “Era uma solução tão simples que ninguém pensou antes. Fomos ouvindo alunos e professores até chegar ao que era necessário: algo dinâmico e viável”, comenta a engenheira de produção Lindália Reis, diretora de tecnologia da universidade. A televisão tem sua função original mantida, mas basta ser ligada ao sistema desenvolvido pelos pesquisadores para se conectar à internet e a um mundo de possibilidades de uso. O primeiro protótipo ficou pronto há um ano e seis unidades produzidas em laboratório estão sendo testadas no Rio de Janeiro.

 

A ideia é que o uso seja intuitivo. Com o dedo, o professor está pronto para escrever e marcar texto na tela touch, de 55 polegadas. Ainda é possível acessar vídeos, fotos, planilhas, jogos, aplicativos e outros recursos no tablet gigante, que também é equipado com teclado. Na próxima fase do projeto, que deve ser concluída até o fim do ano, o sistema da TV inteligente reconhecerá dispositivos móveis dos alunos, como tablet, smartphone e notebook, permitindo que eles compartilhem conteúdo em tempo real. “As TVs vão se comunicar automaticamente, a ponto de o professor buscar a prova no nosso banco de dados, cada aluno responder no seu próprio equipamento e o resultado ir direto para a tela em tempo real”, acrescenta Lindália.

 

 

Escala industrial

 

A partir do ano que vem, a TV inteligente poderá ser produzida em escala industrial. A diretora de tecnologia da Universidade Estácio de Sá adianta que está em busca de parcerias com montadoras. A expectativa é levar o equipamento para as 4 mil salas de aula da instituição em todo o Brasil, mas Lindália destaca que a solução atende todo o mercado de educação. “Cada vez mais as salas de aula devem ser um ambiente para aprender fazendo”, destaca. A TV inteligente custa R$ 5 mil, valor equivalente a um notebook mais um datashow.

 

Na visão do gerente de desenvolvimento de negócios para educação da Intel, Edmilson Paoletti, a tendência da sala de aula do futuro é oferecer um ambiente tecnológico completo. “Acreditamos que só vai haver transformação no processo de aprendizagem quando o professor absorver o uso da tecnologia desde o planejamento das aulas, e os alunos passarem a interagir com seus equipamentos pessoais dentro de sala de aula”, pontua. Paoletti destaca que o tipo de tecnologia deve ser definido de acordo com a necessidade de cada caso, mas a implantação sempre vai depender de haver conectividade.

 

A aposta são equipamentos híbridos, que podem ser usados como tablet ou netbook. Pernambuco é um dos estados brasileiros onde estudantes do ensino médio da rede pública utilizam o Intel Classmate PC conversível, tanto em casa quanto em sala de aula. A iniciativa de integrar a tecnologia ao ambiente escolar é da Secretaria de Estado da Educação, por meio do projeto Aluno conectado. Segundo Paoletti, híbridos mais avançados, que ainda não chegaram ao Brasil, vão permitir destacar a tela, aumentando as possibilidades de uso. “A tendência é adotar a versão digital dos livros, que vai além de ter simplesmente o conteúdo digitalizado. Os alunos poderão interagir com a obra”, diz. A tecnologia facilita também o desenvolvimento de projetos multidisciplinares e trabalhos em equipe.

 

Para se aproximar dos futuros alunos, o centro de ensino IBMEC/MG começa, no mês que vem, a oferecer atendimento aos vestibulandos pelo WhatsApp. “A ideia era criar uma experiência diferente para os usuários, muito mais rica que a de call center. Eles são de uma geração que nem usa celular para fazer ligação. Gostam da praticidade, agilidade e instantaneidade”, comenta a coordenadora acadêmica do curso de marketing digital, Grazielle Mendes Rangel. O atendimento é voltado para quem ainda não decidiu qual profissão seguir e quer conhecer instituição.

 

Batizado de “Liga dos veteranos”, o serviço pretende assumir o mesmo papel dos alunos mais antigos dentro da universidade, apoiando os calouros. “Temos que entender que a dinâmica é outra, não dá para levar os processos do call center para o WhatsApp.