Sinal de Alerta em MG: BH registra o dia mais seco do ano

por André Candreva publicado 26/03/2018 15h41, última modificação 26/03/2018 15h41

Sinal de alerta em várias regiões de Minas Gerais. A umidade relativa do ar despenca e chega próximo ao limite crítico determinado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 12%. De acordo com informações dos meteorologistas, as áreas que mais sofrem com o tempo seco e longa estiagem são Januária, no Norte, com 15%; Unaí, no Noroeste, com 16%; e Ituiutaba, no Triângulo, com 17%. Segundo Afonso de Souza, do Centro de Climatologia PUC Minas/TempoClima, não há previsão de chuvas para essas áreas do estado. A umidade nesses pontos está muito perto também da registrada em desertos (10%).

Belo Horizonte, que sofre com a estiagem há 79 dias e teve segunda-feira o dia mais seco do ano e mais quente do inverno, também registrou baixa umidade relativa do ar. À tarde, na Região da Pampulha, o índice era de 20%, com temperatura de 30,5 graus. A expectativa é de que esse número chegue, nesta terça, a 30%, garantindo mais conforto à população, principalmente crianças e idosos, que, nessas condições ambientais, sofrem com os problemas respiratórios (tosse, bronquite, asma e outros).

De acordo com a meteorologia, a temperatura deverá se manter elevada nesta terça-feira, com declínio nos próximos dias, em especial nas madrugadas. A única previsão de chuva é para o Sul de Minas e Zona da Mata, informou Souza. “As pessoas devem evitar a exposição ao sol, em especial no período das 12h às 17h, para evitar a desidratação”, recomenda o meteorologista.

Saúde

Com o tempo seco, o movimento no Hospital Infantil João Paulo II (ex-Centro Geral de Pediatria), da rede Fhemig, na área hospitalar da capital, cresce de 10% a 20%, informa a diretora da instituição da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), pediatra Helena Maciel. “Diariamente, chegamos a fazer até 230 atendimentos”, afirma. Os problemas mais frequentes são tosse, bronquite, sintomas de gripe e infecções secundárias das vias aéreas.

Para evitar maiores problemas, orienta a médica, as crianças devem ser hidratadas e se alimentar bem. Nesse segundo quesito, ela recomenda alimentos ricos em proteína (carne e leite), frutas e verduras. Na tarde de segunda-feira, a desempregada Laís Felipe Rosa, de 18 anos, moradora do Bairro Vera Cruz, na Região Leste, levou o pequeno Maike, de 4 meses, para uma consulta. “Ele está tossindo muito, está com diarreia, então achei melhor vir logo ao hospital”, disse a mãe.

Inalação

No setor de inaloterapia do Hospital João Paulo II, são feitos os procedimentos para garantir conforto respiratório às crianças com crises de asma, laringite e outras doenças. Foi o que ocorreu com João Lucas, de 1 ano e um mês, tratado com espaçador de aerolin. “Estou dando muito suco, bastante água, mas o tempo está muito seco”, comentou a mãe, Eline Paula de Jesus, de 23, que mora no Conjunto Palmital, no distrito de São Benedito, em Santa Luzia, na Grande BH.

A balconista Tatiana Pinto de Oliveira, de 25, também se queixa das condições ambientais ao mesmo tempo em que socorria o filho Emmanuel, de dois anos e quatro meses, que vomitava no corredor do hospital infantil. Priscila Pereira da Silva, de 16, mãe de Oliver, de oito meses, moradora em Ribeirão das Neves, também procura seguir as recomendações médicas, “mas nessa época do ano é sempre difícil”, lamentou.

 

Fonte: Estaminas