Prefeito teria desviado até R$ 2 mi, diz MP

por André Candreva publicado 26/03/2018 15h24, última modificação 26/03/2018 15h24

A Câmara Municipal de Bandeira, município do Vale do Jequitinhonha, aguarda a decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para concluir o processo de cassação do prefeito Pedro Carlos Santos (PDT), o Carlinhos Gato, denunciado por improbidade administrativa. As investigações da Câmara Municipal e do Ministério Público apontam o uso de funcionários públicos e pessoas próximas ao prefeito como laranjas em um esquema de fraudes que teria desviado até R$ 2 milhões dos cofres públicos municipais. Há cinco meses, Carlinhos Gato administra a cidade sob força de liminar.

Segundo o promotor de Justiça, Bruno Jardini, documentos teriam sido falsificados para avalizar empréstimos consignados "até para quem não era servidor", entre eles, a esposa, um filho, dois irmãos e duas empregadas domésticas do prefeito. Pelo menos 30 pessoas teriam sido envolvidas, sendo 14 delas funcionários, outras eram pessoas sem vínculo empregatício com o município, segundo Jardini.

A Câmara concluiu as investigações, mas a reunião de julgamento que ocorreria no dia 29 de dezembro do ano passado foi suspensa por uma liminar do TJMG. "Sabendo que seria cassado, o prefeito usou da esperteza ao entrar com dois mandato de seguranças", disse o vereador Sidnei dos Santos (PT). O processo está nas mãos do vice-presidente do TJMG, Carreira Machado, que decidirá quem será o relator do caso. Ainda não há data para o julgamento.
O advogado Jaob Ribeiro Costa, que representa Carlinhos Gato, refutou as denúncias. Segundo ele, as acusações estariam sendo orquestradas pela oposição "que quer a cassação do prefeito". "Criou-se a mentira de que o prefeito teria se apropriado de verba pública. Isso não é verdade.

Posso garantir que não saiu um centavo do erário público", garantiu. O advogado aguarda a notificação para apresentar a defesa. "O mandato dele está garantido não só pela liminar, mas pela Constituição. Ele quase teve o mandato surrupiado, mas o TJMG determinou a suspensão", disse o advogado.

Fonte: Jornal O Tempo