Português incrementa currículo de americanos

por André Candreva publicado 26/03/2018 15h36, última modificação 26/03/2018 15h36

Aprender a língua portuguesa, quem diria, passou a ser um dado que enriquece currículos de quem quer se iniciar nas carreiras de comércio e relações internacionais. Pelo menos foi esse o motivo apresentado por cerca de 11 alunos da Universidade Internacional da Flórida para fazem curso de imersão de um mês no idioma em Belo Horizonte.

 

Na manhã desse sábado (10), eles foram conhecer o Mercado Central, que está incluído em um roteiro turístico composto também pelo conjunto arquitetônico da Pampulha, uma grande fábrica de cachaça e a cidade de Ouro Preto.

 

O curso é oferecido por uma faculdade de negócios da capital, em convênio com a universidade norte-americana. “Tenho uma amiga que trabalha no Citibank e eles sugeriram que ela aprenda a falar a língua por causa do crescimento econômico do país e dos negócios que isso pode girar”, conta a estudante de Relações Internacionais de 22 anos, Ana Cristina Perez. A resposta é dada num português quase perfeito, adquirido em um ano de curso, fruto do interesse no Brasil.

 

“Amo tudo que se relaciona ao país de vocês”, derrama-se, afirmando que quer voltar na Copa do Mundo e nas Olimpíadas. Para ela, Belo Horizonte é exótica e mistura estilos contemporâneos e clássicos na arquitetura.

 

Origem hispânica

 

Em comum, os estudantes americanos têm sobrenomes hispânicos, originados da enorme comunidade de latinos da Flórida. Também por causa do espanhol, que quase todos falam, o português se torna mais fácil. Mas nem tanto. “A língua portuguesa é fácil de entender, mas falar e escrever é mais difícil”, analisa Juan Zambrano, de 20 anos.

 

Ele diz querer se aperfeiçoar na língua porque acha que, daqui a dez anos, o Brasil será uma potência econômica e, por isso, deverá fazer negócios aqui. Zambrano diz ter gostado do ar democrático do mercado, onde ele viu pessoas ricas e pobres circulando.

 

David de Cabarrocas, também de 20 anos, achou o Mercado Central impressionante. “São muitas coisas diferentes juntas. Não há nada igual em Miami”, resume. Ele veio porque quer aprender o idioma que o pai, que trabalha em São Paulo, usa nos negócios. Segundo o professor de português da turma, Alan Castelano Valença, o mercado foi incluído no roteiro porque ali os estudantes poderiam conhecer vários elementos da cultura mineira reunidos. “Eles vêm para estudar a língua e para conhecer a cultura brasileira porque assim fica mais fácil para assimilar o idioma”, explica.