Pesquisa mineira ajuda a mapear a dengue no Brasil

por André Candreva publicado 27/03/2018 06h13, última modificação 27/03/2018 06h13

Fonte: Estaminas

 

Superando 1 milhão de casos registrados no Brasil apenas no primeiro semestre deste ano – mais do que o dobro do ano passado, de acordo com o Ministério da Saúde –, a dengue é foco de plano nacional que visa elaborar uma estratégia para a possível introdução de uma vacina no calendário oficial de imunizações. Quatro estudos contratados pelo governo federal buscam obter um detalhamento da doença de acordo com as diferentes realidades do território nacional (veja quadro ). Parte desta frente é o inquérito nacional de soroprevalência, liderado por um laboratório mineiro e que obtém amostras de sangue de voluntários de 63 municípios. O objetivo é realizar exames e detectar anticorpos da classe IgG contra o vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. O resultado indicará se a pessoa teve contato anterior com um dos quatro sorotipos do vírus: Denv-1, Denv-2, Denv-3 e Denv-4.

 

Posteriormente, essa informação será analisada com as obtidas nos demais estudos em curso. Com a ajuda de processos de simulação em modelos dinâmicos computacionais, será possível propor ao Ministério da Saúde qual a melhor estratégia para vacinação, entre as diferentes propostas que estão sendo discutidas. Esse é um projeto de grande relevância para a saúde no Brasil e resultará em grandes benefícios para a população, afirma Marcelo Burattini, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador do projeto.

 

Iniciado no fim de junho, o inquérito tem previsão de ser concluído até o mês que vem. Burattini conta que a discussão sobre a futura introdução da vacina começou por meio dos comitês assessores dos programas nacionais de controle da dengue (PNCD) e do Programa Nacional de Imunizações (PNI) há cerca cinco anos. Desde então, surgiram definições de quais estudos preparatórios deveriam ser conduzidos. Vários pesquisadores de São Paulo, Goiás e Bahia participam diretamente. Porém, o estudo também prevê o levantamento de pesquisas e publicações sobre a dengue realizados de forma a se permitir a obtenção de um panorama da pesquisa da área no Brasil, acrescenta Burattini.