Nova apresentação do Coral Cidade dos Profetas
Fonte: Secom
Um dos maiores compositores brasileiros do período colonial, José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (1746-1805) recebe homenagem especial do Coral Cidade dos Profetas na edição deste mês da Série Concertos Coloniais. A apresentação, acompanhada por orquestra e solistas convidados, no será dia 8 de fevereiro, às 11h, num cenário marcante na história de Minas Gerais: a Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, onde estão os 12 profetas e a representação dos Passos da Paixão de Cristo, obras-primas de Aleijadinho. Comentrada gratuita, o concerto integra as homenagens da cidade ao bicentenário do maior artista brasileiro de todos os tempos.
No programa do concerto, estão algumas das mais belas composições de José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita: Missa em fá maior, Noturno, Tercio – Difusa est gracia (Ave Maria e Pai Nosso) e Salve Regina,todas sob a regência do maestro Herculano Amâncio e que também compõem o CD lançado pelo grupo em 2013, em tributo ao compositor. O projeto tem patrocínio da Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e apoio cultural da Rede Globo Minas e da Prefeitura Municipal de Congonhas.
Lobo de Mesquita
A dedicação da família dos “Lobos” à música ainda é um mistério. Lobo de Mesquita (1746 – 1805), talvez originário desta família de Vila Rica, era filho de um português e da escrava Joaquina Emerenciana. Nasceu em Vila do Príncipe, hoje Serro. Provavelmente, estudou música e latim com o padre Manuel da Costa Dantas, e, antes de 1746, fixou-se no Arraial do Tejuco, hoje Diamantina. Supõe-se que tenha iniciado a carreira como organista em 1786. É possível que tenha dirigido a escola pública de música. Atuou, também, como alferes do Terço de Infantaria dos Padres.
Em 1798, foi para Vila Rica, hoje Ouro Preto, onde ficou um ano e meio, seguindo, depois, ao Rio de Janeiro, cidade onde morreu. Por muitos, é considerado o mais proeminente dos compositores da “Escola Mineira”, havendo cópias de suas obras em quase todos os arquivos musicais de Minas Gerais e de outros estados. É patrono da cadeira Nº 4 da Academia Brasileira de Música. Todas as suas obras conhecidas são essencialmente vocais (solos ou coro), religiosas, e, em grande parte, com acompanhamento orquestral. Destacam-se a “Missa em mi Bemol (Nº 1)”, “Te Deum” e “Ofício da Semana Santa”. Há outras obras importantes para solistas, coro, órgão e violoncelo: a “Missa para Quarta-Feira de Cinzas”, além de antífonas, ladainhas, motetos e outras formas musicais religiosas.
O Coral Cidade dos Profetas
Fundado em 1988, por um grupo de pessoas interessadas em aprender música, o Coral Cidade dos Profetas surgiu com a preocupação de aliar a arte musical à arquitetura barroca, grande patrimônio da cidade histórica de Congonhas (MG). Ao se especializar na interpretação de música sacra antiga, notadamente a Colonial Mineira, o grupo se tornou um dos principais protagonistas da divulgação deste inigualável patrimônio imaterial de Minas Gerais.
O Coral é mantido pela Associação Cultural Canto Livre, entidade sem fins lucrativos, declarada de utilidade pública pela Lei Municipal Nº 2617/2006 e pela Lei Estadual Nº 19510/2011, oferecendo, gratuitamente, por meio da Associação, formação musical a pessoas com idades entre 12 e 80 anos. O grupo é reconhecido como uma das mais belas manifestações culturais do interior de Minas Gerais.
No currículo do Coral, há diversos projetos, como o “Concerto à Virgem Maria e ao Seu Divino Filho”, os “Concertos em Homenagem ao Aleijadinho” e os “Concertos da Paixão”. O mais recente trabalho do grupo é o “CD Coral Cidade dos Profetas” – no qual o grupo interpreta obras de Lobo de Mesquita. Em novembro de 2013, iniciou-se a Série Concertos Coloniais. A proposta é fazer entoar o repertório antigo para as novas gerações e inaugurar uma nova opção cultural e turística em Congonhas, com a realização mensal de grandes concertos nas igrejas barrocas da cidade.
