No país, 57% têm acesso a internet

por André Candreva publicado 27/03/2018 06h13, última modificação 27/03/2018 06h13

Fonte: O Tempo

 

Oitenta e quatro milhões de brasileiros ainda não tem acesso à internet. Dados publicados ontem pela Organização das Nações Unidas (ONU) alertam que, se a rede mundial de computadores progrediu de forma importante nos países em desenvolvimento nos últimos anos, um número grande de pessoas ainda não está conectado, e o avanço da rede perde fôlego.

 

No planeta, 57% da população continua off-line pelo mundo – cerca de 4 bilhões de pessoas. No total, 3,2 bilhões de pessoas – 43% do planeta – estarão conectadas ao final do ano, contra 2,9 bilhões em 2014. Se até 2012 as taxas de expansão superavam a marca de 10%, hoje ela não atinge nem mesmo 7%. O crescimento da internet está perdendo força, alertou Phillippa Biggs, autora do informe.

 

Os dados foram apresentado pela Comissão de Banda Larga pelo Desenvolvimento Digital, criada pela ONU para fazer avançar o acesso à tecnologia e como base para a Assembleia Geral das Nações Unidas, que ocorre a partir da semana que vem.

 

A conclusão também aponta que a disparidade é ainda profunda entre países ricos e em desenvolvimento. Se nos mercados desenvolvidos existe praticamente uma saturação, nos países pobres a taxa de penetração é de apenas 35%. Na Islândia, a taxa de usuários da rede é de 98% contra 96% na Noruega e Dinamarca. Mas apenas 79 dos 194 países no mundo têm mais de 50% de sua população conectada.

 

O Brasil vem em uma posição intermediária. Com 57% da população com acesso à rede ao final de 2014, o país aparecia na 68ª colocação mundial, praticamente empatado com a Venezuela.

 

Ao final de 2014, essa taxa era de 48%, contra 98% na Coreia ou 60% na Turquia. Apenas 11% da população tem banda larga instalada em suas residências, contra 24% no Uruguai e mais de 40% na Suíça, na França ou na Holanda.

 

A ONU já admite que a meta estabelecida para incrementar o acesso de pessoas à rede terá de ser adiado. Em 2012, a perspectiva era de que 60% das residências teriam internet até 2015. Mas essa taxa será de menos de 46%, e a meta apenas será atingida em 2021, segundo a agência.