Minas Gerais: Registros culturais para gerações futuras

por André Candreva publicado 26/03/2018 17h41, última modificação 26/03/2018 17h41

Fonte: Hoje em Dia

 

Transmissão de conhecimentos adquiridos por experiências, apreço da sociedade pelas tradições e sensibilidade de quem aprecia celebrações populares. Esses fatores têm sido cada vez mais importantes para que as manifestações culturais de Minas Gerais sejam registradas como patrimônio imaterial do Estado. Desde 2002, eles ajudam o projeto Raízes a estudar e catalogar os ativos culturais que são realizados há dezenas de anos por vários municípios mineiros, como apresentação de danças, contação de histórias e folia de reis. As cidades-alvo deste ano são Várzea da Palma, Lassance, Bocaiúva, Entre Rios de Minas, Jeceaba, Brumadinho e Belo Horizonte.
 


A partir do próximo mês, o projeto, que é patrocinado pela lei estadual de incentivo à cultura, vai inaugurar uma nova temporada de estudos para compor a Cartilha Raízes. Esse documento irá reunir fotos, observações, relatos de participantes e espectadores, registros e outros dados de todas as manifestações culturais estudadas em cada uma das sete cidades, totalizando 21 grupos de dança, canto e representação.



As análises, segundo o organizador do projeto, Ricardo Araújo, serão apresentadas ao Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG) para tentar fazer com que os atos culturais sejam reconhecidos como bens imateriais do Estado. Por enquanto, alguns grupos têm apenas o título de utilidade pública, concedido pelo município.



“Os estudos, além de servir para solicitar o registro de patrimônio, fomenta os investimentos em cultura na cidade. São listadas todas as demandas comuns e específicas de cada grupo, como espaço para realizar os eventos, número de profissionais ligados à área na cidade, entre outros fatores observados”, afirma Araújo.



Para o grupo de folia de reis Três Irmãos, de Entre Rios de Minas, na região Central do Estado, o benefício de fazer parte da análise não está só na possibilidade de ser considerado um bem cultural para o Estado. Uma das integrantes, Suzana Silva Campos, afirma que, depois que as manifestações do grupo foram integradas ao projeto Raízes, o número de apresentações aumentou e a visibilidade também.



“É uma forma de valorizar mais a nossa cultura, o nosso empenho, e também de deixar registros para as gerações futuras. Estamos muito felizes com o reconhecimento da sociedade e dos espectadores que nos acompanham pelos lugares onde passamos”, destaca Suzana.