Memorial Minas Gerais Vale é inaugurado em Belo Horizonte

por André Candreva publicado 26/03/2018 16h23, última modificação 26/03/2018 16h23

Mineiro de Cordisburgo, município da Região Central, o imortal escritor Guimarães Rosa já dizia que Minas são muitas e poucos são os que conhecem as mil faces das Gerais. A partir de agora, esse seleto grupo de conhecedores poderá ganhar milhares de novos integrantes, com a abertura nesta terça-feira do Memorial Minas Gerais Vale, terceiro prédio inaugurado do Circuito Cultural Praça da Liberdade. Estiveram na solenidade, além do senador eleito Aécio Neves e do governador Antonio Anastasia, o prefeito Márcio Lacerda, o presidente da Vale, Roger Agnelli, e o ex-governador Francelino Pereira.

Com entrada gratuita, o museu, que ocupa a antiga Secretaria de Estado da Fazenda, é um convite a uma viagem pela cultura e a história. Seguindo as palavras de Guimarães Rosa, não se trata de um resumo estanque, mas de uma exposição interativa e tecnológica de muito do que compõe as várias Minas de cada canto do estado.

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As referências para o memorial, que conta com investimento de R$ 27 milhões, vieram de uma grande expedição. Com aval da mineradora Vale, gestora do museu, o museógrafo e artista renomado Gringo Cardia, curador das exposições, entrou num carro junto de historiadores e, por três meses, foi de Norte a Sul, em busca das essências de Minas. O resultado dessa viagem, complementada por mais três anos de pesquisa, pode ser visto nas 31 salas do museu e traz uma mistura entre o passado colonial e a Minas moderna. “O memorial tem três eixos: a Minas da diversidade cultural, da riqueza – da época da construção do Brasil , e a visionária, que faz parte do modernismo”, afirma o gaúcho Cardia, que considera o projeto como o mais importante da carreira, superando até mesmo exposições internacionais, além da cenografia e direção de arte de um espetáculo do Cirque Du Soleil.

Ao estilo mineiro, a contação das histórias ocorre de forma bem descontraída. Numa das salas restauradas do século 18, chamada de Panteão da Política Mineira, Tiradentes, Tomás Antônio Gonzaga e outras figuras célebres, cada uma em um quadro na parede, conversam sobre a Inconfidência Mineira. A sala das celebrações reúne tradições como congado, folia de reis e cavalhada.

Há espaços temáticos sobre a fazenda mineira, o Vale do Jequitinhonha, as vilas, a capital, o barroco, os povos africanos, indígenas e imigrantes. Mas também salas dedicadas a Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Lygia Clark e Sebastião Salgado e aos mineiros consagrados nos palcos do Brasil. A estimativa é de que sejam necessários sete dias para conhecer toda a mostra. Até 28 de janeiro, as visitas deverão ser marcadas pelo telefone (31) 3343-7317.

 

Fonte: Estaminas