Mais quatro bacias estão em risco de escassez hídrica

por André Candreva publicado 26/03/2018 21h28, última modificação 26/03/2018 21h28

Fonte: O Tempo

 

O risco de escassez hídrica já afetou mais quatro bacias hidrográficas em Minas, além do Sistema Paraopeba, onde a restrição de uso da água é realidade nos reservatórios do Rio Manso, Serra Azul e Várzea das Flores, na região metropolitana de Belo Horizonte. Os monitoramentos realizados pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) registraram que os rios das Velhas, Piracicaba, Piranga e do Cervo, que atingem mais de 50 municípios, estão em estado de atenção por causa da baixa vazão e falta de chuvas.

 

Conforme a Deliberação Normativa 49/2015 do Igam, um curso d’água entra em estado de atenção quando apresenta vazões inferiores a 200% do nível mais baixo medido nos últimos dez anos, em sete dias consecutivos, o chamado índice Q710. Esse é o primeiro entre os três estágios definidos pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH) para estabelecer critérios de uso da água. São eles: estado de atenção, alerta e restrição.

 

De acordo com o órgão, a atenção é quando o estado de armazenamento dos reservatórios apresenta, mediante estudos de simulação de balanço hídrico, risco de não atendimento aos usos outorgados no reservatório até o final do período seco. Essa é a situação nas estações Honório Bicalho e Santo Hipólito, no rio das Velhas, que atingem diretamente 19 cidades, entre elas Belo Horizonte, Sabará, Nova Lima, Itabirito, Curvelo, Corinto e outros.

 

Pelos números da Copasa, o rio das Velhas é responsável pelo abastecimento de 47% das residências de Belo Horizonte e região, e 60% da população da capital. Com a restrição já decretada no Sistema Paraopeba, onde a companhia de abastecimento teve sua captação reduzida em 20%, o mesmo pode acontecer nas outorgas da empresa nos trechos do rio, elevando o risco de racionamento em Belo Horizonte e seu entorno. Existem hoje no rio das Velhas 1.496 licenças vigentes, sendo que, desse montante, 243 são para uso das águas superficiais e outras 1.252 para águas subterrâneas.

 

Se a situação piorar, é disparado o sinal de alerta, quando o resultado dos estudos de simulação de balanço hídrico apresentar riscos de não atendimento aos usos estabelecidos no reservatório e a jusante, até o final da estiagem, em meados de setembro e outubro. Atualmente, nenhuma porção hidrográfica em Minas encontra-se dentro dessa classificação.

 

Já o estado de restrição é decretado quando o resultado dos estudos de simulação de balanço hídrico apresentarem riscos acima de 70% de não atendimento aos usos estabelecidos no reservatório até o final do período seco. No Sistema Paraopeba, o nível dos reservatórios nesta quinta era de 38,6%, um pouco abaixo do registrado nos últimos dias.

 

Acompanhamento. Já estão disponíveis no site do Igam os mapas das porções hidrográficas de Minas Gerais, que estão sendo analisadas e que contam com pontos de monitoramento de vazão.