Indonésia: Vulcão desperta após 400 anos e impõe fuga de milhares

por André Candreva publicado 26/03/2018 15h54, última modificação 26/03/2018 15h54

ACARTA - O alerta vermelho entrou em vigor na manhã deste domingo (29) na ilha indonésia de Sumatra, onde um vulcão entrou em erupção pela primeira vez em 400 anos, projetando uma nuvem de fumaça e de cinzas a 1.500 metros de altura e provocando a evacuação de mais de 18.000 pessoas. O Sinabung, de 2.460 metros, expeliu uma nuvem de fumaça escura.

 

A agência de notícias Antara, citando a polícia, anunciou que duas pessoas morreram, vítimas de crises cardíacas. "No começo pensávamos que a fumaça e as cinzas tivessem sido causadas pela chuva, mas sabemos, agora, que a pressão vinha do magma", disse à AFP Surono, diretor do centro indonésio de alerta de desastres vulcanológicos. Estamos diante de uma situação realmente muito perigosa, pelo que optamos pelo nível máximo de alerta", precisou.

 

O vulcão Sinabung, no norte de Sumatra, não entrava em erupção há mais de quatro séculos. Mais de 18.000 mil pessoas foram evacuadas de aldeias próximas para as cidades, entre elas as de Berastagi e Kabanjahe, fora de uma "zona de perigo" de 6 quilômetros, afirmou à AFP o chefe das equipes de socorro, Mohamad Agus Wibisono. "As cinzas se espalharam a 30 km de distância do vulcão, caindo sobre as plantações de legumes hortaliças", acrescentou.

 

Os voos de aviões não foram prejudicados por enquanto, informou. Segundo o porta-voz da Agência de Administração de Desastres, Priyadi Kardono, muitas pessoas começaram a deixar suas casas logo depois de começar a erupção. Os desabrigados estão recebendo barracas de campanha e comida, pelo que "a situação está sob controle", afirmou.

 

Tremores e erupções vulcânicas são frequentes na Indonésia, um imenso arquipélago formado por milhares de ilhas e ilhotas, situado no "cinturão de fogo" do Pacífico. A Indonésia possui 130 vulcões em atividade.

 

Aldeões contaram ter visto lava sair da cratera por volta da meia-noite, hora local, 15 minutos antes da erupção: "Vi as chamas cintilarem, muito vermelhas no cume da montanha. Antes, não havia fumaça", declarou Terkilin Sembiring, citado pelo site Detikcom. "Foi naquele momento que ouvimos um barulho, como o de avião", disse uma mulher, Maslkin Pandia. "A região foi coberta por uma fumaça espessa e um forte odor de enxofre", informou Wibisono, alertando, também, para a inalação da poeira que provoca problemas respiratórios, pelo que também estão sendo distribuídas máscaras às pessoas afetadas.

 

Fonte: Hoje em Dia