Foxconn terá um terço da fábrica de telas em Minas Gerais

por André Candreva publicado 26/03/2018 18h10, última modificação 26/03/2018 18h10

Fonte: Hoje em Dia

 

A participação da chinesa Foxconn no capital social da fábrica de telas planas para iPad que vai se instalar em Minas Gerais será entre 25% e 30%. O investimento nacional ocorrerá por meio do grupo EBX, de Eike Batista, de duas ou três empresas de médio porte do setor de informática, e ainda pelo governo, via BNDESPar.

 
Desta forma, a Foxconn ficaria com uma parcela minoritária e responsável pela gestão do empreendimento. O capital nacional dominaria o bloco de controle da empresa. As informações são do ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, que visitou nesta segunda-feira (19) o jornal Hoje em Dia.

 
O ministro ainda assegurou que, no máximo até a próxima semana, a estrutura societária da empresa estará decidida. “Estamos agora em uma fase que, acredito, se encerra nesta ou no mais tardar na próxima semana, que é a definição do desenho do grupo de acionistas. Nesta semana, teremos reuniões em Brasília, com participação do Eike Batista. Dois ou três grupos brasileiros ligados ao setor de informática entrarão na sociedade como parceiros tecnológicos”, disse.
 

A localização do investimento ainda é uma incógnita, embora o município de Funilândia, na região Central do Estado, seja apontado como o mais provável para receber a unidade industrial. O investimento é estimado em R$ 2,5 bilhões. A planta mineira seria responsável por abastecer com telas planas a unidade da Foxconn em Jundiaí (SP), onde existe uma subsidiária da empresa chinesa.

 
O governo estadual ainda aguarda um posicionamento definitivo da Foxconn no que diz respeito não apenas à localização do empreendimento, como também da disposição da empresa em executar o desembolso, uma vez que, publicamente, a Foxconn sequer confirma a intenção de construir a fábrica.

 
No entanto, o Executivo estadual trabalha em paralelo, se preparando para ser o alvo do investimento. Segundo já informou a secretária de Estado de Desenvolvimento, Dorothéa Werneck, o governo elaborou um plano de benefícios, que contempla infraestrutura, energia elétrica, água e o terreno.

 
Conforme estimativas do Ministério das Comunicações, com a produção nacional, o preço do iPad no Brasil pode cair 30%. No fim de janeiro, o Ministério do Desenvolvimento (MDIC) publicou portaria interministerial no Diário Oficial da União em que habilita a Foxconn a iniciar a produção de iPads enquadrada na Lei 8.248, conhecida como “Lei do Bem”.
 

A empresa poderá fabricar o equipamento com isenção ou redução de impostos desde que produza em conformidade com o Processo Produtivo Básico (PPB), que diminui o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de 15% para 3% e isenta a cobrança de PIS/Cofins.