Exposição "Os Sete Cristos" faz homenagem a Aleijadinho

por André Candreva publicado 26/03/2018 21h01, última modificação 01/08/2022 15h48

 

Fonte: SECOM

 
 
Sete Passos da Paixão, Sete Cristos. Multiplicidade de expressões. Incontáveis dores. Centenas de músculos, veias, curvas, linhas, gestos, movimentos. Em detalhes somente dispostos e expressos por um gênio como Aleijadinho – o artista real e o imaginado, em uma simbiose cuja importância ultrapassa o valor histórico por sua inegável contribuição estética.
 
São exatamente estes detalhes o mote da exposição Os Sete Cristos, da artista plástica Juliana Freitas. Como em um superzoom, Juliana Freitas reproduz em suas telas as sutilezas e a força da obra de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, inspirada pelas comemorações do Bicentenário da morte do artista. Os sete desenhos foram feitos a partir de pesquisa de campo nas seus capelas representativas dos Sete Passos da Paixão, localizadas no adro do Santuário do Senhor Bom Jesus de Matozinhos, em Congonhas (MG). Em cada desenho, a autora exalta o paradoxo entre a obra original de Aleijadinho e um modo novo de representa-la, enfatizando a dor, exaltando a anatomia, as expressões faciais e texturas, perfeições e imperfeições, características de representação dos músculos, veias, nariz, olhares, cabelos e barbas, luz, sombra e dramatização. Também são objeto da artista a percepção das fortes cores barrocas, grande parte de autoria do mestre Manoel de Costa Athaíde.
 
Assim, a partir de uma obra que encanta a sociedade brasileira e a comunidade internacional desde o século XVIII, Juliana traz uma maneira autentica de sua contemplação e releitura. A técnica do desenho em pastel oleoso sobre papel Canson se adequa ao propósito inovador da exposição, oferecendo uma impressão original sobre as esculturas historicamente conhecidas, objetos  tanto da devoção religiosa quanto do encantamento artístico.
 
A exposição acontece até o dia 30 de novembro, no hall de entrada da Prefeitura Municipal de Congonhas, fazendo parte do encerramento das comemorações do Bicentenário de Morte de Aleijadinho.
 
Sobre a autora
 
Juliana Mendes Freitas é artista plástica natural de Congonhas, formada pela Escola de Belas Artes da UFMG. Em toda a sua obra, imprime um olhar particular sobre o cotidiano, explorando suas versatilidade no variado universo das técnicas artísticas, que domina com maestria.  Do Renascimento à Pop Art, do grafite à colagem, passando pela escultura e pintura, Juliana transita com leveza e despretensão por variadas técnicas, tendências e escolas artísticas, obtendo resultados que fazem da sua obra uma assinatura. É autora do livro-posta Imaginário e iluminuras: memória e desenho de um povo, lançado em 2011 pelo Fundo Municipal de Cultura de Congonhas. Ilustradora dos livros de poesia Balbucio (Julio Satyro, Funalfa: 2012) e Como fazer um arco-íris (Bella Mendes, Funalfa: 2011), ambos financiados pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Juiz de Fora (MG). Participou do processo de criação, montagem e coordenação do Movimento Artechão de Congonhas, com a produção e exposição de tapetes de serragem no período de 2001 a 2010. Participou da exposição Desses Caminhos da Amizade (Congonhas, 2012) e foi homenageada na Semana de Museus de 2013, tendo realizado a exposição Imaginário e iluminuras no Museu da Imagem e Memória de Congonhas.