Dengue já matou 12 neste ano em Belo Horizonte

por André Candreva publicado 26/03/2018 15h40, última modificação 26/03/2018 15h40

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou nesta quarta-feira (4) a 12ª morte por dengue em Belo Horizonte em 2010. A vítima, que não teve o nome divulgado, é um homem de 46 anos, morador da Região da Pampulha. Ele estava internado no Hospital Mater Dei e morreu em 10 de julho, mas o óbito somente foi confirmado na segunda-feira (2). No último balanço da doença em BH, divulgado nesta quarta, 1.433 novos casos foram confirmados de 28 de julho até agora, passando para 48.043 pessoas que contraíram a dengue.

 O levantamento indica ainda que foram registradas 63.197 notificações neste mesmo período. Desse total, a secretaria ainda aguarda o resultado de 4.826 exames. A região de Venda Nova é a que apresenta maior número de casos (11.424), seguida pelas Norte (8.464) e Noroeste (7.279). Juntas, as três já registraram 27.167, número superior aos casos de dengue registrados em toda Belo Horizonte em 2009 - 22.895 confirmações.

 O entomologista Álvaro Eduardo Eiras, professor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, considera a situação da dengue caótica em Belo Horizonte. Isso porque a epidemia que assolou a capital em 1998, com mais de 86 mil casos notificados e três mortes, já supera o número de óbitos neste ano. “Naquela época as pessoas estavam mais suscetíveis à doença, sem imunidade. Agora, quem já foi picado anteriormente está sendo atingido de forma mais agressiva, pois já teve a doença uma outra vez “, explica.

 No Brasil, três tipos do vírus da dengue - DEN 1, DEN 2 e DEN 3 - estão circulando. Apenas o quarto tipo ainda não entrou no país. Com a circulação dos três sorotipos, a probabilidade de casos de febre hemorrágica da dengue (FHD), considerados casos mais graves, aumenta. O subsecretário municipal de Saúde, Fabiano Pimenta, explicou que o aumento no número de óbitos cresceu devido a isso. “Se você teve dengue e agora tem pela segunda vez, a probabilidade de ter a forma mais grave aumenta. E se você teve dengue e é cardíaco, por exemplo, a probabilidade de ter uma forma grave é ainda maior”, alertou Fabiano.

 O subsecretário municipal de Saúde, Fabiano Pimenta, negou que o município esteja passando por um momento crítico. Ele lembrou que em 1998, o número apresentado era 55,8% maior do que as confirmações atuais. Além disso, para determinar uma epidemia, é preciso “relativizar uma série de fatores como a quantidade de casos em relação à população de determinada área, com séries históricas anteriores”. Segundo ele, estaríamos nessa situação se estivéssemos apresentando números próximos dos registrados há 12 anos. “É pouco provável que a gente chegue a essa situação se a população auxiliar”, alertou.

 

Fonte: Hoje em Dia