Chegada do “novo real” tornará cédulas atuais itens de museu

por André Candreva publicado 26/03/2018 15h25, última modificação 26/03/2018 15h25

A nova família do real está perto de entrar em circulação, e a chegada do dinheiro repaginado, mais colorido e com características que devem surpreender o brasileiro no começo – como os tamanhos diferenciados para cada valor -, deve transformar as atuais notas – essas que o leitor carrega no bolso no momento - em itens de coleção.

Isso não significa, entretanto, que todas as notas tenham esse potencial nem que elas passarão imediatamente a ter um valor maior que o de face.

Fontes ouvidas pelo R7 informaram, no fim de março, que as novas cédulas poderiam entrar em circulação entre o dia 20 de maio e a primeira semana de junho. A expectativa agora é de que em junho os bancos recebam as novas cédulas para testes, sem uma data definida para que isso aconteça.

O Banco Central informou que não há expectativa de adiamento e que, portanto, a entrada em circulação dos “novos” reais ainda está prevista para este primeiro semestre.

Quando o dinheiro novo fizer parte da vida das pessoas, as atuais notas de real - que continuarão em circulação: não haverá um prazo final para trocar as velhas pelas novas, como em mudanças monetárias já ocorridas no país – se tornarão itens de coleção.

Segundo o diretor de divulgação da Sociedade Numismática Brasileira, Hilton Lúcio, no entanto, as notas que circularam valem apenas o que está estampado no papel.

Para que uma cédula tenha valor acima do impresso nela é preciso que, além de não ter circulado, a nota esteja em perfeito estado de conservação – uma pequena dobra, ainda que nos cantos, ou uma mancha qualquer, e a cédula já não tem mais o valor que teria, para os colecionadores.

Raridade

O educador Thiago Borazanian, do Museu de Numismática Herculano Pires, do Instituto Cultural Itaú, explica que para que uma cédula se torne rara alguns fatores são relevantes.

Em primeiro lugar, uma nota que tenha algum defeito em sua produção – uma letra faltando em alguma das inscrições, uma letra trocada ou um número errado - a tornam singular.

Exatamente por ser singular, rara, a nota se torna muito cobiçada por colecionadores. Com o aumento da procura, aumenta o preço – apenas a velha lei da oferta e da procura em funcionamento.

Uma das peças mais importantes do museu, segundo Borazanian, é a moeda produzida na ocasião da coroação de D. Pedro 1º, a primeira do Brasil independente: só foram feitos 64 exemplares e hoje só existem 16 ou 17.

Ele aproveita para desfazer um mito ligado a essas trocas monetárias: há a crença de que, quando uma determinada cédula sai de circulação, as pessoas que ficaram com uma ou mais dessas cédulas no bolso ou guardadas em casa poderiam trocá-las na rede bancária pelo dobro do valor de face. Isso não acontece: a nota vale apenas o que diz que vale.

 

Fonte: R7 Notícias