Caminhada previne doenças do cérebro

por André Candreva publicado 26/03/2018 16h18, última modificação 26/03/2018 16h18

Caminhar até dez quilômetros por semana ajuda no combate à demência e a doenças degenerativas, como o Mal de Alzheimer. A conclusão é de um estudo feito com 300 pessoas em Pittsburgh (EUA). A pesquisa, publicada na revista Neurology, mostra que pessoas que andavam essa quilometragem tinham um encolhimento cerebral ligado à idade menor que o de quem caminhava menos. Para especialistas mineiros, a pesquisa é importante, mas o fundamental é a prática frequente de atividades físicas e não a distância percorrida.

De acordo com a publicação, o cérebro encolhe na fase mais avançada da idade adulta, o que pode causar problemas de memória. Para fazer o estudo, a equipe escolheu voluntários que não sofriam de demência. Nove anos depois, os cientistas fizeram varreduras dos cérebros para medir o volume do órgão. E depois de outros quatro anos, realizaram testes para ver se algum participante sofria de limitações cognitivas ou demência.

Graças à pesquisa, descobriu-se que as pessoas que caminhavam em torno de dez quilômetros por semana tinham metade do risco de sofrer de problemas de memória que as demais.

Para o neurologista Romeu Vale Sant’Anna, vice-presidente do Departamento de Neurologia da Associação Médica de Minas Gerais, toda atividade física regular é benéfica à saúde.

“Já é reconhecido que o sedentarismo é um fator de risco. Mas o fundamental é manter a frequência, a regularidade. Não adianta, por exemplo, apenas aquela caminhada de domingo”, diz. Ele ressalta a importância de uma avaliação médica para verificar qual atividade é mais adequada para o praticante: de alto ou baixo impacto. “Caminhada não tem restrição, mas corrida sim”, alerta.

Coordenador da Campanha Contra o Acidente Vascular Cerebral (AVC), que ocorre no próximo dia 29, o médico destaca a melhora de pacientes que mudaram hábitos de vida para prevenir a doença. Entre as atitudes está a prática de caminhada.

 da Sociedade Mineira de Medicina do Exercício e do Esporte, Ronaldo Lopes Cançado, enumera as vantagens da caminhada. Ressalta que, quando estamos deitados, apenas 20% do sangue circula nas pernas. Já quando se está caminhando, a circulação pode chegar a 80%. “Durante a atividade física, o sangue está circulando, e cai a pressão no coração e no pulmão, prevenindo doenças. Do ponto de vista neurológico, o exercício retarda o envelhecimento”.

O engenheiro aposentado Mário de Freitas Esteves Filho, 47 anos, começou a praticar caminhada justamente para melhorar a qualidade de vida. Pelo menos três vezes por semana, ele anda cerca de seis quilômetros, na Praça JK, no Sion, Zona Sul de Belo Horizonte. “Senti a melhora assim que comecei a caminhar regularmente, o que não fazia antes. Estou mais bem disposto e com mais energia”, disse.

 

Fonte: Hoje em Dia.