Caixa vai ampliar capacitação para reciclagem de lixo eletrônico

por André Candreva publicado 26/03/2018 19h50, última modificação 26/03/2018 19h50

Fonte: Jornal Grifon

 

A Caixa Econômica Federal pretende expandir seu programa de capacitação de cooperativas de material eletrônico reciclável. Segundo o gerente nacional de Sustentabilidade e Responsabilidade Socioambiental da instituição, Jean Benevides, o objetivo é inserir as cooperativas de catadores no mercado de reciclagem do lixo eletrônico e na Lei da Logística Reversa, que disciplina o descarte de resíduos industriais.

 

Em parceria com o Instituto GEA, de São Paulo, uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) que apoia a implantação de programas ambientais, e o Laboratório de Sustentabilidade da Universidade de São Paulo (USP), a Caixa está capacitando cooperativas de material reciclável de São Paulo, Brasília e Salvador para o tratamento dos resíduos eletroeletrônicos.

 

Iniciado em agosto 2013, o programa beneficia atualmente seis cooperativas, que recebem materiais eletrônicos da Caixa descartados, como computadores. Depois de desmontados, os componentes são separados para a venda.

 

“Existe uma programação de atualização tecnológica na Caixa e à medida que os equipamentos eletrônicos completam entre 5 e 8 anos, são trocados. No ano passado, fizemos aquisição de mais de 50 mil computadores. Além do descarte, nos preocupamos em comprar equipamentos com menos elementos contaminantes e que gastem menos energia, como forma de  estimular a sustentabilidade”, explicou Jean.

 

A parceria da Caixa com a cooperativa Vida Nova, de Brasília, por exemplo, abrangeu até agora cerca de 130 quilos de material eletrônico reciclável, estima o diretor-presidente da cooperativa, Osmero Pereira Filho.  “Hoje contamos com 12 catadores de material eletrônico. Esse projeto é muito importante, pois cria alternativas de trabalho para os catadores”, avaliou Pereira Filho.

 

Segundo o Instituto GEA, a reciclagem correta de resíduos eletrônicos ainda é incipiente no Brasil. Apesar da demanda crescer a cada dia, estima-se que a produção do chamado e-lixo atinja, no país, 100 mil toneladas por ano. “O tratamento desses resíduos da forma adequada é fundamental, pois alguns de seus elementos, como chumbo, mercúrio e cádmio, são tóxicos”, destaca a entidade.