BH está em alerta com baixíssima umidade do ar

por André Candreva publicado 26/03/2018 15h44, última modificação 26/03/2018 15h44

Belo Horizonte registrou nesta quarta-feira (25) a menor taxa de umidade relativa do ar deste ano, segundo o Centro de Climatologia Tempo Clima/PUC Minas: 19% na Região Centro-Sul. Embora na Pampulha tenha sido observado 17%, esse valor não pode ser considerado como o menor índice porque os equipamentos não são monitorados diariamente para aferição do funcionamento. Para a manhã desta quinta, a previsão é de 60%, mas à tarde, a taxa de umidade do ar deverá cair para 20%. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera 60% como o ideal. Em Araxá, no Alto Paranaíba, segundo o Instituto nacional de Meteorologia, foi 17%. Na escala da OMS, índices de 20% a 30% são de atenção; de 12% a 20%, de alerta; e abaixo de 12%, de alerta máximo.

 

Já no Sul de Minas, Monte Sião continua em estado de atenção, já que, na última sexta-feira, a população experimentou 18%. Os efeitos do tempo seco estão refletindo na saúde da população, e, nos últimos dias, houve aumento de 30% nos atendimentos médicos feitos no pronto-atendimento e nos postos de saúde da cidade. A defesa civil municipal está fazendo uma campanha de orientação junto aos moradores.

 

De acordo com o órgão, na última terça-feira, foi registrado 23% de umidade relativa do ar, número bem abaixo do considerado bom pela OMS. Outros municípios da região também tiveram queda na umidade, como em São Lourenço, onde foi registrado 26%; Lavras, 29%; e, em Machado, 31%.

 

Notícias da qualidade do ar na cidade e orientações de como evitar os problemas de saúde estão sendo divulgadas por auto-falante instalado na Igreja Matriz. As informações são lidas num microfone nos horários da manhã e tarde. A recomendação é que as pessoas bebam bastante líquido para evitar desidratação, evitem atividades ao ar livre e a exposição ao sol entre 10 e 17 horas.

 

O secretário da Defesa Civil, Fernando Donisete Massaro, afirma que Monte Sião está entre os municípios do Sul de Minas, que mais tem sofrido com o tempo seco. “Ficamos a 100 quilômetros de São Paulo e a qualidade do ar acaba ficando parecida com a capital paulista”. Segundo ele, a orientação é que as pessoas não deixem de ingerir muita água, coloquem baldes de água no quarto ou usem vaporizadores. “Pedimos que a população não faça qualquer tipo de queimada e sigam as instruções, para que não aumentem o número de doentes”, frisou.

 

A baixa umidade tem ocasionado transtornos principalmente para os pais que possuem crianças pequenas. No Pronto-Atendimento de Monte Sião houve um acréscimo de 50% nos atendimentos feitos pela pediatria.

 

A diretora municipal de Saúde, Ana Maria Souza Vieira, conta que a grande maioria dos pequenos apresenta problemas respiratórios. “Não só as crianças, mas idosos e adultos também estão nos procurando com mais frequência, principalmente para fazer inalação”, completou.

 

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostram que nesta terça-feira, a umidade relativa do ar em Minas Gerais chegou abaixo de 30%, em algumas localidades como no Triângulo Mineiro foi registrado 20% e em cidades como Uberaba e Frutal 15%. O meteorologista do Inmet, Cleber Souza, explica que há três meses não há ocorrência de chuvas em várias localidades de Minas e que não há previsão para que elas caiam no Estado. “A baixa umidade deve continuar nos próximo cinco dias e as temperaturas se manterão altas durante o dia”, disse.

 

Fonte: Hoje em Dia