ALMG - Uso de energia solar pode dar alívio a recursos hídricos

por André Candreva publicado 27/03/2018 06h08, última modificação 27/03/2018 06h08

Fonte: ALMG

 

Água de menos, sol demais. O assunto principal era o uso racional dos recursos hídricos, mas as novas perspectivas de geração de energia solar no Estado foram destaque no oitavo encontro regional do Seminário Legislativo Águas de Minas III - Os Desafios da Crise Hídrica e a Construção da Sustentabilidade. O evento, organizado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), foi realizado desta vez em Paracatu, no Noroeste de Minas, ao longo desta terça-feira (18/8/15).

 

Pela manhã, foi apresentado um panorama sobre a situação dos recursos hídricos na região, a partir de diagnóstico formulado pelos comitês de bacias hidrográficas (CBHs) e pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). Ao longo da tarde, grupos de trabalho consolidam as propostas relacionadas à temática do evento, que serão encaminhadas para a plenária final, a ser realizada na ALMG, em Belo Horizonte, entre 29 de setembro e 2 de outubro. Os trabalhos foram coordenados pelo deputado Iran Barbosa (PMDB), presidente da Comissão Extraordinária das Águas.

 

Pode faltar água para a agropecuária, pode acabar o minério, mas energia solar não vai acabar nunca, destacou o parlamentar, que coordenou as discussões pela manhã. Coube a ele anunciar a inclusão de Paracatu na área de estudos para implantação de um complexo de geração de energia solar no Estado. Nesse caso, água e sol se relacionam. Segundo o parlamentar, o estímulo a essa nova matriz energética é uma alternativa para não sobrecarregar o uso dos recursos hídricos em Minas, onde a base de geração é a hidrelétrica.

 

A Comissão das Águas assumiu uma série de atribuições ao tratar de um tema tão amplo. A geração de energia é um dos assuntos que também estamos discutindo, explicou o deputado Iran Barbosa. De acordo com o parlamentar, uma parceria entre o Governo Federal e o Estado permitirá o licenciamento de quatro usinas que prometem transformar Minas no principal produtor de energia solar do País. Uma delas, em Pirapora, no Norte de Minas, deve ocupar uma área de 800 hectares e ser a maior da América Latina e a terceira maior do planeta.

 

O investimento total previsto é de R$ 1,5 bilhão, com a geração de 2 mil empregos diretos em cada uma dessas usinas. No total, estão previstas 12 novas usinas em todo o País até 2025, com R$ 25 bilhões em investimentos. Paracatu, portanto, estaria no páreo para instalar uma usina semelhante à planejada para Pirapora.

 

Até lá, o desafio é equacionar o uso dos recursos hídricos e garantir a sobrevivência econômica, já que historicamente os cursos dágua nortearam a ocupação da região e, até que uma nova alternativa se consolide, ainda hoje são indispensáveis à economia regional em atividades como, por exemplo, a agropecuária.