ALMG: Planejamento é receita do Triângulo Mineiro para salvar rios

por André Candreva publicado 27/03/2018 06h08, última modificação 27/03/2018 06h08

Fonte: ALMG

 

A crise hídrica que assola o planeta ameaça trazer a luta pela água das telas do cinema para o mundo real. Só em Minas Gerais existem, atualmente, 56 pontos de potencial conflito hídrico. No mundo real, a diplomacia é o caminho para se evitar conflitos. Essa também tem sido a receita adotada no Triângulo Mineiro, onde estão cinco desses pontos de conflito - três deles em Uberlândia, que sediou nesta quinta-feira (20/8/15) o nono encontro regional do Seminário Legislativo Águas de Minas III - Os Desafios da Crise Hídrica e a Construção da Sustentabilidade, organizado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

 

O panorama hídrico e a gestão desses recursos na região podem ser considerados modelos para o restante do Estado e do País, segundo avaliação do diretor de Gestão das Águas e Apoio aos Comitês de Bacias Hidrográficas (CBHs) do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Breno Esteves Lasmar. Os pontos de conflito são locais onde a demanda é maior do que a capacidade de outorga. Para isso, os CBHs entram em ação, negociando com os envolvidos para que não seja comprometido o abastecimento humano. É firmado um Pacto de Alocação Negociada para que todos possam ser de alguma forma contemplados, explicou.

 

Na maioria das vezes, é uma questão de assistência técnica, pois nem é preciso o uso de tanta água. Há culturas que podem ser irrigadas à noite, por exemplo. Há uma área nesta região em que os próprios produtores chegaram à conclusão de que diminuir o número de culturas anuais equacionaria a questão. Por isso, a iniciativa da Assembleia com este seminário é importante. Um debate aberto deixa claro que, se cada um ceder um pouco, vamos garantir que haja água para todo mundo, acrescentou Breno Lasmar.

 

Portanto, se no Triângulo Mineiro o panorama hídrico parece tranquilo, o desafio, segundo conclusão dos participantes do seminário, é justamente garantir que, no futuro, não falte água para o desenvolvimento da região. Essa foi a tônica das discussões em Uberlândia, encerrando o cronograma de encontros regionais.

 

Seguindo o modelo dos eventos anteriores, pela manhã foi apresentado um panorama técnico sobre a situação dos recursos hídricos na região, a partir de diagnóstico formulado pelos CBHs e pelo Igam. Ao longo da tarde, grupos de trabalho consolidam as propostas relacionadas à temática do evento, que serão encaminhadas para a plenária final, a ser realizada na ALMG, em Belo Horizonte, entre 29 de setembro e 2 de outubro.