Passos da Paixão de Cristo

por André Candreva publicado 15/03/2018 17h13, última modificação 15/03/2018 17h13

Iniciada em 1757, terminara há vinte anos a construção da igreja de Feliciano Mendes. O santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos estava pronto e sua decoração interna acabara de se completar com a execução dos painéis laterais da nave e capela-mor, pelo pintor João Nepomuceno Ferreira e Castro. Também concluída a construção do adro e escadaria, empreitada contratada por Maia Brito em 1777, e cujas obras prosseguiram praticamente até 1790. Neste ano, definitivamente concluído em sua parte arquitetônica com sua entrada vedada por portões de ferro, já rebocado e caiado, o adro do Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos ganharia, a partir de 1796, os Passos da Paixão e os Profetas, obras de Aleijadinho que compõem o mais esplêndido conjunto da arte barroca mundial.
 

 

É curioso o fato de, apesar do adro concluído, não ter sido pela obra dos profetas e sim pelas imagens dos Passos que Aleijadinho iniciou seu trabalho em Congonhas. Em 1796, os Passos da Paixão eram apenas um projeto, constante de uma petição dirigida em 1794 ao bispo de Mariana, requerendo a necessária autorização para sua construção. É interessante frisar que o aludido projeto incluía, na época, duas séries de capelas: Os Passos da Paixão, na parte fronteira do templo, e os passos da Ressurreição, na parte posterior, a exemplo do Santuário do Bom Jesus do Monte, em Braga, Portugal, de cujo bispado era originário o fundador do Santuário de Congonhas. Entre 1º de agosto de 1796 e 31 de dezembro de 1799, Aleijadinho executa, com a colaboração dos oficiais de seu atelier, as 66 figuras de madeira, em seis capelas que viriam a ser construídas: Ceia, Horto, Prisão, Flagelação e Coroação de Espinhos, Cruz-às-Costas e Crucificação.

 

Passos da Ceia Passos do Horto Passos da Prisão
Passos da Flagelação Passos da Subida ao Calvário Passos da Crucificação